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segunda-feira, 18 de março de 2013


Encontros de desencontros

Conhecido num passado distante
Diante do mero casual
Guardei teu nome, teu rosto
E uma lágrima no canto do olhar. 

Muitos dias raiaram brilhantes
Muitas luas minguaram celestes
O recalque se fez necessário
Pra viver sem a dor que persiste.

Guiado pelo destino traquino
Sem nada dele recordar
Uma simples pele branca
Fez o seu olho brilhar. 

Era a mesma pele macia
Era o mesmo olhar gentil
Mas não era o mesmo que antes
Negara um antigo sorriso senil. 

No outono as folhas caíram
Como de costume o tempo passou
O mundo girava e girava
Até que numa hora parou.

De um lado um coração marcado
Pelo início do fim que regressa 
Do outro um coração conformado
Pelo amor que nunca lhe deram. 

Nostalgias vieram à tona
De nada serviram as armas
Como o dia de chuva que chora
Dessa vez, preparei-me pro ataque. 

Descobri seu teto frágil 
De cristal com pequenas fissuras
Suas palavras ríspidas camuflavam
Uma pele que exala ternura. 

Um doce coração ferido
Tratado pelas águas do mar
Repousa nas areias frias
Mas lhe falta o calor do sonhar.

Rendido pelo veredito incerto 
Atormentado pelo passar dos segundos
Um tempo que chega e não chega
A incerteza do fundo sem fundo.

Quero estar ao seu lado cuidando
Para um dia ouvir-lhe dizer
Sobre as rugas no rosto deixadas
Pela vida que pôde viver. 


Os caminhos são difíceis e árduos 
São provas de coragem e dor
Segure na mão que te estendo
Sobreviva para viver o amor. 



(Ao passado que retorna)

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